English | Português

Reflections

A MORTE QUE MATA E A QUE NÃO MATA!

A MORTE QUE MATA E A QUE NÃO MATA!

 

 

 

 

  A MORTE QUE MATA E A QUE NÃO MATA!

“Onde está ó morte a tua vitória?” — é a pergunta que a ironia da Ressurreição faz ao morrer como morte, pois, na Cruz, a morte morreu como morte, e, em Cristo, se tornou apenas um Portal para a vida que é.

 

Jesus olhou a morte com muitas camadas.

 

Viu o jovem que pedia um tempo para esperar a morte do pai a fim de seguir como discípulo, e lhe disse: “Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Quanto a ti, vem e prega o reino de Deus”. Assim, aludia à morte como cessação da vida física, e, também, ao andar sem fé, sem luz e sem a esperança do reino por vir, o que, para Ele, era a morte em vida. Era para salvar os que existiam em tal estado que Jesus chamava o moço que, triste, voltou para casa a fim de esperar a morte do pai moribundo.  

 

Viu e ouviu a noticia de desastres naturais ou físicos [como no caso do desabamento da Torre de Siloé, matando 18 pessoas] e não defendeu Deus e nem deu explicações. Nem ainda sofreu de agonias com a narrativa. Apenas disse que se ficassem impressionados com a visão “moral” da calamidade, julgariam que nas vítimas da calamidade ocorre um juízo divino, esquecendo-se assim de olhar as verdadeiras catástrofes, que são as que nós mesmos criamos no coração.

 

Ouviu da quase-morte de um amigo e ainda ficou mais um tempo sem que fosse correndo visitá-lo. Ao chegar, vendo a dor dos vivos, chorou. Chorou ante a dor dos vivos, não ante a morte de Lázaro, posto que Lázaro nunca estivesse estado mais vivo do agora que estava “morto”. Assim, Jesus não chama Lázaro para esta vida, mas para Ele mesmo, tanto fazendo o lado ou dimensão da vida: se lá ou cá — afinal, Ele mesmo dissera: “Eu sou a Ressurreição e Vida”.

 

Ao ouvir e ver o medo dos discípulos ante os que tinham poder de matar, Ele disse: “Temei não aquele que pode matar o corpo. Temei antes aquele que pode laçar a alma no inferno” — assim fazendo clara distinção entre morte e morte.

 

Além disso, Jesus falou da morte de Pedro como um gênero de dar glória a Deus. Sobretudo garantiu que a morte já não mataria a quem cresse, ainda que todos continuassem a morrer.

 

Ora, assim fazendo, Jesus fez diferença entre morte e morte o tempo todo.

 

E mais: disse que a morte que mata é a que cega o homem para o sentido da vida, que é amor.

 

Seu pai, José, provavelmente morreu antes de Jesus começar a pregar. Muitos vizinhos e amigos também morreram. Mas não se o vê fazendo da morte física uma inimiga sempre, nem tampouco achando que todo caso de morte fosse um caso para a ressurreição física.

 

No entanto, para Ele, todo caso de morte espiritual era um caso para ressurreição espiritual.

 

É por não fazerem tal distinção simples da vida e da morte que, muitas vezes, os cristãos odeiam a morte como cessação da vida física e não se dão conta de que este não é o problema da vida.

 

O problema da vida é a morte que separa de Deus, não da Terra.

 

Ora, Jesus não deixou ninguém com dúvida a esse respeito quando fez as distinções que acima expressei que vêm dos evangelhos.

 

 

Nele,

 

 

Caio

31 de janeiro de 2009

Lago Norte

Brasília

DF

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

We use essential cookies and technologies in accordance with our Privacy Policy and, by continuing to browse, you agree to these conditions.
OK