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ANGUSTIAS CONJUGAIS: entre a possessão e a histeria...

ANGUSTIAS CONJUGAIS: entre a possessão e a histeria...



----- Original Message ----- From: ANGUSTIAS CONJUGAIS: entre a possessão e a histeria... To: contato@caiofabio.com Subject: Relutante em lhe escrever Prezado Pastor Caio Fabio, Moro no Chile. Casei-me com um chileno. Sempre fui temente a Deus e nasci num lar cristão. Meu casamento sempre foi com muitas brigas. Não obtinha o apoio suficiente. Apos muitas orações, visões, etc... nunca quis me divorciar por não aprovar isto e querer estar em obediência a Deus. Na minha estadia aqui cheguei ao desequilíbrio total e fui tratada como endemoninhada. Passei por traumas terríveis... e expulsões de demônios. Estive a beira da loucura. Tratei-me com um psicanalista chileno por 1 ano, mas depois ele viajou. Completaria agora 23 anos de casada. Sempre fui extremamente fiel ao meu marido. Tivemos muitas lutas. Ele, aquela pessoa boa. Mas a vida sexual era péssima. Passei por muitas terapias, menos de casal. Na ultima igreja que estive, um líder local foi designado pelo pastor para nos aconselhar. Dali surgiu o grande apoio dele, o que se tornou em um adultério. Ele, o líder, trabalhou bem minha cabeça e acabei aderindo. O sentimento de culpa era grande, mas ele me fazia entender que meu marido merecia, bem a mulher dele. Durante este tempo, esse homem me maltratou muito e fiquei viciada... Mas achava que ele deveria largar a esposa, confessar o pecado, e acertar comigo. Fui ficando... Eu por outro lado falava ao meu marido, mas ele não acreditava. A luta foi intensa. Passei por diversas terapias para largar este relacionamento, mas não conseguia. Via-me sozinha e desesperada. Chamei um pastor amigo para me apoiar em oração, pois, na igreja, não poderia. Lá eu teria que confessar o pecado em publico. Esse pastor até certo ponto colocou a situação para um cheque mate, mesmo porque eu orava “Detona Senhor e me livra!”. Então, o mentiroso e enganador deu o ultimo golpe de misericórdia. Ele me convenceu que meu marido era louco... Meu marido, fazendo muitas confusões com endemoninhamentos, livros, artigos sobre isto... Tudo me afetava muito e eu não tinha um equilíbrio. Também havia a teimosia dele de fazer tudo como queria; e ainda a nossa casa numa desordem total; e eu sem poder e sem saber de onde começar... Então me entregava aos braços do enganador. O relacionamento entre amizade com a família, e o nosso caso, durou quase 5 anos (três anos íntimos). Fiquei obcecada. Ele tirava muito dinheiro meu. Chegou a quase $10,000 dólares. Ele me tinha nas mãos. Saí de casa em respeito a meu marido. Meu caráter não poderia admitir continuar com ele. Fui parar numa clínica de psiquiatria, porque não aceito ter manchado a minha moral. Estou fora de casa há quase dois anos. Sinto saudades da minha casa e até do meu marido, por ser um servo de Deus. Mas quando tenho que falar com ele, me agito muito. Eu me julgo e não agüento a minha dor, por ter feito o que fiz ao meu marido. Minha mãe me ajuda muito dizendo que não fui culpada de tudo, porque ela foi testemunha da situação e até os parentes dele me dizem a mesma coisa. Não estou indo a igreja. Mas leio a Bíblia e, muitas vezes, leio com ele também; e ele aceita. A luta tem sido grande. Meu ex-marido esta a procura de uma moça crente, e eu o apoio muito. Quero vê-lo feliz. Mas estou muito confusa. Não sei se deveria tentar restaurar meu casamento... Tudo destruído! Por favor me ajude a sanar a dor da minha alma, porque eu me condeno pelo que fiz. Estou perdida, mas eu amo a Deus, e quero estar na Sua casa para poder cantar e orar. Não quero estar no meio de crentes legalistas por estar. Quero preservar a minha fé, o meu amor a Deus, e sobretudo, continuar a minha integridade, que foi interrompida pelo desespero e desequilíbrio que me assaltaram. Muito obrigado pela sua resposta. ____________________________________________________________ Resposta: Minha querida irmã: Graça e Paz! Tudo começa com desrespeito contra a alma. Casamento sem amor e permanência nele por medo de Deus. Assim, querendo ser algo que não se é, crendo que basta que os dois sejam “crentes” que tudo dará certo, a pessoa comete desatinos contra o ser, e, por conta disso, muitos perdem o equilíbrio e até a saúde mental, pela simples razão de que a alma não se deixa tapear, e, ao seu modo, clama por respeito próprio. E o modo como a alma protesta é mediante o desequilíbrio, seja ele de que forma for. Voltar para o marido seria uma boa caso você o amasse, e não apenas sentisse culpa em relação a ele (pelo que aconteceu: a traição), ou pena de você mesma pelo que lhe aconteceu (vontade de voltar tudo atrás, como se fosse possível); e, agora, até um temor de que ele enfim encontre alguém e seja feliz (sentimento este que existe em profunda contradição em você). Voltar para ele por voltar jamais lhe fará bem! Se fosse o caso de haver uma volta, ela deveria ser patrocinada pelos mesmos sentimentos que fazem um homem e uma mulher desejarem estar juntos: amor que tem carinho, cuidado, e também desejo sexual. Do contrário, o segundo estado pode ser pior do que o primeiro. Quanto a você ter ficado “endemoninhada”, eu não vi, e nem estava lá. Porém, de minha experiência no assunto, saco a convicção de que não era demônio, mas sim histeria. O que é muito comum em mulheres vivendo a sua situação e sob as forças morais que habitam você, com toda a carga nervosa e infernal da culpa religiosa e da ação pentecostal despreparada, para a qual, tudo o que se “contorce” é demônio. Para uma mulher em seu estado psicológico e de consciência, e que conhece bem os “script” das possessões, nada seria mais fácil do que associar, inconscientemente, ou até conscientemente, seu estado à produção de obras demoníacas em você. Aliás, esse é o caminho mais fácil quanto a não querer se enxergar: colocar a culpa no diabo. O que aconteceu é que, longe de casa, sem amor no casamento, ligada a um homem bom, porém, sem sabedoria, e sem ter nenhum desejo sexual por ele, sua alma entrou em estado de sufocação. E como você estava mentalmente cheia de grilos, medos, culpas e tomada por profunda infelicidade, o que lhe restou, no inconsciente, foi a erupção de uma catarse de contornos demoníacos. Não foi fabricação sua, consciente; porém, inconscientemente, foi fabricado em você. O tal “líder da igreja” que foi designado pelo pastor para ajudar o casal é um desses que entram nas casas e assaltam a mulheres carentes, conforme ensina Paulo. Com esses tais, diz o apóstolo, “nem mesmo comais”. São oportunistas, abutres, vampiros de plantão, morcegos de “igreja”, víboras da religião. Longe deles! O melhor a fazer, eu lhe sugerirei. Porém, as decisões são todas suas, pois, caso não o sejam, de nada valerá praticá-las. 1. Aconselho você a entrar urgentemente numa terapia com um profissional não-religioso. Mas faça isto logo. E mais: caso você tenha sido medicada, procure um médico, e veja a necessidade de você continuar ou não a medicação. Provavelmente seja melhor mantê-la mais um pouco. 2. Procure o seu marido e converse com ele. Veja o que restou. E também veja se o que restou pode ser restaurado. Porém, não faça nada contra a sua alma. Se ela gritar “não”, por favor, não force nada. 3. Caso você já saiba que com seu marido não é possível (sentindo você apenas as saudades da família, também muito movida pela culpa), então, também não fique com o menino. O que você precisa no momento é de amizade, não de homem. Afinal, só faz dois anos que você saiu de um buraco e já está em outro. Pare com isso. Dê tempo a você mesma. Cuide-se. Trate-se. Sare suas feridas em Deus em você mesma. E saiba: Você está perdoada! 4. A melhor ajuda que posso dar a você está neste site. Leia-o, mesmo. Não apenas me escreva. Aliás, escreva depois de ler bastante; e, assim, eu sei, você já me escreverá com muita coisa limpa em sua cabeça. Sugiro a você a leitura do livro “A Trilha Menos Percorrida”, de Scott Peck. Em inglês o título é “The Road Less Traveled”. Além disso, se há uma igreja por aí que não seja maluca, procure-a e participe. Você precisa muito de boas companhias. Receba meu carinho e minhas orações! Nele, em Quem nossos pecados já estão perdoados, Caio
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