English | Português

Opinion

O FUTURO CIENTÍFICO DOS “CRISTÃOS”

O FUTURO CIENTÍFICO DOS “CRISTÃOS”

 

O FUTURO CIENTÍFICO DOS “CRISTÃOS”

 

 

O que acontecerá nos próximos anos aos cristãos em razão do modo como tratam e temem a ciência?

 

Inicialmente esta pergunta precisa ser esquecida.

Na realidade o que se tem que perguntar antes de tudo é: que grupos chamados religiosos ou espirituais estão se servindo da ciência para expandir suas crenças?

Os judeus já possuem uma experiência tão ampla e tão vasta de relacionamento com a ciência, que, para eles, o debate não existe.

Os islâmicos já foram os religiosos mais afinados com a ciência, por incrível que para muitos possa isso hoje parecer. Mas com os regimes totalitaristas que tiveram, somado ao poder religioso-fundamentalista que entre eles cresceu à loucura; e mais: com a associação da ciência ao mundo Ocidental [os inimigos satânicos] — o islã se tornou o que o “Cristianismo da Idade das Trevas” foi para o povo.

Os cristãos...

Por mais de mil anos o maior poder anti-científico da Terra foi o “Cristianismo”.

Aqui e ali luzes se acendiam. Mas logo eram apagadas pelo medo gerado em razão das perseguições e, depois, das inquisições.

Com o advento do Protestantismo o mundo da ciência se abriu. De fato, o poder propulsor que gerou a Moderna Ciência Moderna e a Pós Moderna, e todas as demais facetas cientificas desde o Século XVI — foi o vento da liberdade que a Reforma Protestante trouxe ao Ocidente.

Entretanto, do Século XVIII para cá, com os muitos “movimentos de santificação”, iniciou-se o processo de fundamentalização do Protestantismo, que, logo depois, começou a se tornar “evangélico” no sentido ideológico do Novo Fundamentalismo Cristão.

Enquanto isto os grupos Orientais se fundiam com a cultura ocidental mais profundamente do que o Cristianismo jamais conseguiu se embrenhar na própria cultura do Ocidente; digo: sem que fosse uma cultura de imposição, como foi o caso do Cristianismo no Ocidente.

Desde os Hippies e dos Beatles que o Oriente entrou na alma do Ocidente como nunca antes.

Proliferaram os gurus, as meditações transcendentais; e, em um nível avançado, os budistas começaram a promover encontros científicos com as melhores mentes do Ocidente, graças ao Dalai Lama.

O que se observa é que quanto mais “pessoal” seja a idéia de Deus para o grupo religioso, mais a tendência é que se crie uma atitude anti-científica; posto que para os crentes no “Deus pessoal”, que é também “Deus de milagres”, toda tentativa de curar e de entender os fenômenos da vida era e é tida como ação arrogante e incrédula por parte de quem busque saber.

Como disse no início, os judeus são a grande exceção, pois, crêem na idéia de um “Deus pessoal”, mas não O fazem inimigo da razão e da ciência.

A diferença, portanto, tomando-se os judeus como exemplo da possibilidade de crer em um “Deus pessoal”, e, ao mesmo tempo, não O conceber com ciúmes da ciência — está no fato que o “Deus dos judeus” não é Redentorista, como o é o “Deus dos cristãos” e o “Deus dos islâmicos”.

Javé não é o Redentor do Mundo, mas de Israel, do ponto de vista dos judeus.

Jesus é o Salvador Exclusivo do Mundo, para os cristãos que O pensam como sendo um concorrente de Buda ou de Maomé.

E Maomé é o Profeta dos Profetas para os islâmicos; e o Islã é a salvação do mundo na visão dos mulçumanos.

Portanto, se o “Deus pessoal” tiver um “projeto ideológico de salvação do mundo”, mais fundamentalista será o grupo, e mais anti-científico também o será.

O que vejo para o futuro, portanto, é o seguinte:

1. Os Budistas, Taoistas, e Hindus em geral, crescerão muito nos ambientes científicos, pois, hoje em dia, a ciência não consegue mais brigar contra a noção da transcendência. A Física Quântica acabou com a “impossibilidade teórica” de Deus na ciência. E, esses grupos, naturalmente trabalham com categorias quânticas em seu modo de ver o mundo faz milênios.

2. Os Cristãos e os Islâmicos tendem a ir morrendo em qualquer que seja a sua relevância no mundo do pensamento e das ciências em geral, visto que ainda habitam um Universo fixo e sem novas descobertas a serem feitas.

Os Hindus e os orientais em geral, tendem a melhor compreender a Nova Física e a Nova Ciência da Computação — posto que seu modo de pensar já fosse quântico há muito tempo.

Os cristãos individuais continuarão a ter seu espaço no mundo cientifico, mas a “igreja” perderá de todo a sua conexão.

Na realidade os “cristãos” e os “islâmicos” — fora os povos alienados pela economia e pela geografia de tudo quanto seja ciência — serão os grupos mais alienados e mais desconectados do que esteja acontecendo; e se porão sempre lutando contra tudo quanto lhes soe como arrogância do saber fenomenológico da ciência em relação aos ambientes considerados da alçada de Deus.

Digo isto não como quem endossa a ciência de modo acrítico. Jamais. Há ciência e há muita presunção cientifica. Entretanto, há muita ciência boa e legitima; e que apenas amplia os horizontes do conhecimento que remetem o homem de fé a uma adoração mais profunda; tanto quanto o mantém alerta aos fatos macabros que, também pela ciência, se imporão na Terra.

No entanto, como a Árvore é do Conhecimento do Bem e do Mal há muito mal que dela decorre; ao mesmo tempo em que há muito bem a ser apreendido para a glória de Deus.

O mandamento é para amar a Deus não só com a alma, a força, as emoções, mas também com toda a mente.

Mas os cristãos temem de todo o coração amedrontado amar a Deus também com a mente. E por se negarem a amar a Deus também com a mente, os cristãos acabam se tornando uns espasmos de alma sem rumo.

Ou seja: vão se tornando “águas vivas” de espasmos emocionais sem razão e sem sentido.

Pense nisso!

 

Caio

26 de março de 2009

Lago Norte

Brasília

DF

 

 

 

 

 

We use essential cookies and technologies in accordance with our Privacy Policy and, by continuing to browse, you agree to these conditions.
OK