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O INCONSCIENTE COLETIVO É USADO PELOS PODERES ESPIRITUAIS?

O INCONSCIENTE COLETIVO É USADO PELOS PODERES ESPIRITUAIS?

 

 


----- Original Message -----
From: O INCONSCIENTE COLETIVO É COMO UM MATRIX?
To: contato@caiofabio.com
Sent: Wednesday, June 21, 2006 7:10 AM
Subject: Inconsciente Coletivo


Graça e Paz Pr. Caio!
 
 
Gostei muito da sua resposta sobre os alienígenas na carta "CAIO, O QUE VOCÊ PENSA ACERCA DOS DISCOS VOADORES?".
 
Como o senhor mesmo diz, o inconsciente coletivo pode gerar fenômenos psicofísicos. Mas esse fenômeno seria involuntário, sendo gerado pelo acumulo de cargas negativas ou positivas (dependendo do caso), ou seria também orquestrado por Principados e Potestades atuantes na região, algo meio "Matrix"?
 
Sei que é apenas uma observação sua de mundo, mas realmente é muito coerente, e diferentemente dos “Caça-Fantasmas/Legalistas/Fariseus" de plantão não exclui a essência do Evangelho de Cristo.
 
Um abraço de seu amigo, mesmo que virtual,
 
Luciano
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Reposta:


Querido amigo Luciano: Graça e Paz!

 


Sobre sua pergunta sobre o Inconsciente Coletivo, quero começar dizendo que o Inconsciente Coletivo como tudo o que é “inconsciente”, é involuntário no sentido que, dentro do “fenômeno” não há um Consciente dele mesmo. Pois, caso o Inconsciente Coletivo tivesse um Consciente Coletivo, esse “coisa” ou “ente” seria “em-si-mesmo”; ou seja: seria existente como um ser consciente, o que acabaria com a idéia de um Inconsciente Coletivo. Se assim fosse, seria para pensar se Deus ou o diabo não seriam o “produto” de tal fabricação involuntária dos humanos, os quais teriam evoluído tanto, que inconscientemente teriam desenvolvido um poder que, em sua soma coletiva, seria o responsável por essa sensação de retribuição e julgamento justo ou próprio que os homens recebem em coletividade. Ora, se assim fosse, e se o Inconsciente Coletivo tivesse um Consciente, esse tal fenômeno deixaria de ser um “fenômeno” aleatório, e passaria a ser o resultado de um desígnio auto-consciente, o que equivaleria a dizer que o “Deus” da humanidade seria apenas a projeção coletiva dela próprio, para o bem ou para o mal. 

Portanto, não há voluntariedade alguma no Inconsciente Coletivo. Exceto a voluntariedade humana acumulada nessa camada interconectada e que acumula o sentir inconsciente humano em todas aquelas realidades que se tornam um sentir comum a muitos humanos; daí ser “coletivo”.

Agora vejamos um exemplo ou mais de como o fenômeno acontece, na própria Bíblia. 


O que você acha que fez com que os soldados dos Midianitas se pusessem a conversar sobre “um pão que girava em torno da tenda do comandante”, e que haveria de “dar contra ela e lançá-la ao chão”?

Ora, os Midianitas vinham tomando o trigo de Israel há décadas, ano após ano. E, depois de tanto tempo de roubo e de exposição de trabalhadores à fome, eles próprios, os Midianitas, apesar de mais números e mais fortes, já haviam transformado seu saque anual em culpa acumulada no Inconsciente Coletivo, e de tal grandeza era essa culpa, que eles estavam para experimentá-la voltando sobre eles próprios como fantasmas da noite. Ora, a culpa já se havia comunitarizado de tal modo entre eles, que, agora, o Inconsciente Coletivo dos Midianitas já estava impregnado de uma energia psíquica de autodestruição. E isto se estabeleceu de maneira tão intensa e coletiva que até os sonhos deles já estavam tomados pela certeza de um juízo que faria com que o trigo roubado virasse um “pão-míssil” caindo sobre eles. 

Daí Gideão não ter precisado fazer nada, a não ser um pequeno espetáculo de tochas acesas e latões batendo... e todos os midianitas bateram em retirada, deixando tudo para trás, e acabaram por ser aniquilados no caminho de fuga.

Quem rouba trigo acaba sendo bombardeado por pão-míssil”!

Ou é o caso daquele Gadareno do Evangelho, e que era o para-raio de toda a sua comunidade. O homem era de Geresa, cujo nome procede da raiz de uma palavra semítica que significa “o possuído”, ou ainda “o invadido”. Ora, desde 300 anos antes do “Gadareno” existir que aquela região chamada de Decápolis estava sempre sob alguma forma de ocupação estrangeira, tendo sido possuída de modo alternado pelos Selêucidas e Ptolomeus, e, depois, pelos Judeus—depois da Revolta dos Macabeus —; sendo que 90 anos antes daqueles dias, os Romanos ali se haviam postos como senhores; e mais que isto: naqueles dias havia uma Legião Romana acampada na região, promovendo um regime de exceção e controle.

Não é à toa que os habitantes de Geresa tenham gostado tão pouco do fato de Jesus haver “libertado” o homem de seus “espíritos imundos”, os quais entraram nos porcos e os arremessaram para dentro do lago, onde se afogaram.

O homem quebrava correntes feitas para serem quebradas, arrombava cadeias feitas para serem arrombadas, e era alimentado por alguém ou alguns, ainda que fosse declarado um perigo. Ou seja: havia uma cumplicidade inconsciente entre a cidade e seu possesso. E por quê? Ora, num ambiente de opressão contínua, o volume acumulado de sentimentos de loucura e dor é muito grande; e tal acumulação acontece no Inconsciente Coletivo. E é assim de tal modo, que acerca daquele Gadareno, se pode dizer que ele estava possesso de espíritos malignos tanto quanto estava possesso da Loucura Coletiva, e dos sentimentos de opressão reprimidos nos psiquismo individuais, e que, como conseqüência, se armazenaram no Inconsciente Coletivo daquela grande comunidade formada por 10 cidades.

Daí, quando Jesus perguntou pelo nome dos espíritos maus, a resposta ter sido “Legião é o meu nome, porque somos muitos”.

Havia uma Legião Romana no lugar. Eles eram muitos. E, como resultado, havia uma Legião de espíritos malignos e de psiquismos humanos que se misturavam na região. É por essa razão que os espíritos rogam a Jesus que não os mande para fora do país. Sim, como eu disse em vários outros lugares, a serpente se alimenta do pó da Terra, assim como os principados e potestades se alimentam da poeira da produção dos humanos. A cultura, a produção psíquica individual e coletiva, é o “país”, o ambiente dos Principados e Potestades.

Desse modo, não há como separar os eventos históricos dos espirituais, posto que toda ação humana gera um grande volume de carga psíquica que se acumula esperando sempre a hora de se derramar gerando novos fatos históricos que alimentarão a continuidade do processo.

Em meu livro “Batalha Espiritual” eu falo mais extensivamente sobre o tema.

Além disso, em algum lugar aqui no site, eu digo que o Inconsciente Coletivo é o “ambiente” que melhor “conduz” os Principados e Potestades. Ou seja: também como tenho repetido à exaustão, o diabo se alimente do pó da terra. Portanto, alimenta-se da “produção do caminhar humano na terra”: come o pó levantado pelos passos humanos, pelas ações humanas. Assim, além de ser o ambiente, o Inconsciente coletivo também acaba por ser a “mídia” usada pelos poderes espirituais. Assim, num estilo Matrix eles se utilizam do ambiente virtual — o Inconsciente Coletivo — a fim de manifestarem seus desígnios, os quais, embora existam de si mesmos, estão “condicionados” ao material Inconsciente que é coletivamente produzido pelos humanos.

O Inconsciente Coletivo é involuntário e totalmente inconsciente de si mesmo; é claro. Ele é “constituído” por todas as emanações do inconsciente de todos os indivíduos; e, assim, quando algo de bom ou de mal se torna um sentir comum de um grupo humano interconectado por qualquer que seja a via (do afeto ou desafeto familiar, aos aspectos de natureza coletiva no mundo todo) — o Inconsciente Coletivo se torna cada vez mais carregado, como as nuvens que se acumulam sobre nossas cabeças, em razão das “evaporações” que emanam da terra.

Você lembra que no Antigo Testamento de vez em quando se diz que a medida da maldade dos amorreus e dos demais povos cananitas ainda não havia se enchido em plenitude? Assim, se esperou mais de 600 anos entre a promessa feita a Abraão e a sua realização, quando da entrada na Terra de Canaã através de Josué. E por quê? Porque se diz que “a medida da iniqüidade” daqueles povos “ainda se não havia enchido diante do Senhor”. Ora, essa “medida da iniqüidade” de um povo ou de muitos povos ou de toda a humanidade, é o Inconsciente Coletivo. 

Espero ter sido de algum modo útil e também desejo ter ajudado você a compreender melhor esse fenômeno humano, o Inconsciente Coletivo; e que acaba por se tornar o ambiente de transito dos Principados e Potestades; os quais são conscientes de si mesmos. Ao mesmo tempo em que o próprio “ambiente” também lhes é um elemento “condicionante” quando se trata da ação dos poderes espirituais numa perspectiva comum e coletiva.

Desse modo, concluindo, eu diria que, como o nome já diz, o Inconsciente Coletivo é inconsciente de si mesmo; sendo, todavia, usado por seres conscientes de si mesmos (Principados, Potestades, Poderes, etc...); os quais, por desígnio divino, estão condicionados aos tempos “das medidas dos povos”.

O limite de ação da maldade espiritual das forças invisíveis e conscientes de si mesmas (Principados e Potestades) é a “medida da iniqüidade dos povos”. Assim, o que chove sobre a cabeça dos povos sempre é aquilo que subiu na evaporação gerada pelas ações humanas na Terra. 

Receba meu carinho!


Nele, para Quem não há “Matrix Autônoma” de nada, pois Ele é o Senhor em Quem tudo subsiste,

 

Caio 
   

 

 
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